Com o fim do ano de 2023 se aproximando, a CBIC e o SENAI se uniram para fomentar reflexões sobre o desempenho da construção civil durante o período, a fim de traçar as perspectivas possíveis para 2024.
Destaca-se, como ponto negativo, a queda do PIB da Construção Civil no terceiro semestre de 2023 – sendo esta a maior desde o início da pandemia. Como fatores para esse índice, pode-se ressaltar a crescente da taxa de juros, a demora das novas condições do PMCMV, as incertezas macroeconômicas e o fim do ciclo de pequenas obras e reformas iniciados durante o período pandêmico. Por meio do resultado do PIB acumulado em quatro trimestres, foi possível concluir, também, que as atividades do setor foram desaceleradas, ficando distante do seu pico de atividades.
Em contrapartida, o número de trabalhadores formais na Construção Civil é notório como o maior desde 2015, tendo crescido 6,21% nos últimos 12 meses. Sendo assim, o setor continua a ser um relevante para a geração de resultados positivos no mercado formal, destacando-se a infraestrutura como um aspecto impulsionador da criação de novos empregos. Nesse sentido, São Paulo é o estado com maior geração de empregos na Construção.
O Presidente do Sinduscon-MA, Fábio Nahuz, destaca que o comércio varejista de material da construção aparece em queda: houve recuo de 5% no período de 12 meses finalizado em setembro de 2023. Além disso, também houve perda de recursos no que tange à caderneta de percursos devido ao aumento do juros – a perda estimada é de quase R$ 100 bilhões. Outra queda notável foi do número de unidades financiadas com recursos da caderneta de poupança: nos primeiros 10 meses de 2023, em relação ao igual período, caiu 32,70%.
Verifica-se, também, uma dualidade nesse cenário: a Construção Civil demonstrou maior estabilidade de custo em 2023. Todavia, o custo da construção permanece muito elevado. Levando em consideração os últimos dados divulgados, o IPCA/IBGE acumulou alta de 26,13% de julho de 2020 até outubro de 2023. A queda das atividades da construção resultou na baixa da taxa de investimento no Brasil.
Considerando o cenário exposto, pode-se concluir que a Construção Civil precisa crescer para que o País possa fortalecer sua taxa de investimento, que, atualmente, é inferior à média mundial. Para isso, nossas perspectivas são de que haja queda de juros e que o mercado econômico inicie um novo ciclo de crescimento em função das novas condições do PMCMV. Assim, esperamos que o setor possa continuar contribuindo de forma significativa na geração de empregos e atividades.