Houve avanço, mas pontuação continua abaixo de 50, o que reflete contração
O nível de atividade da construção continuou em retração em janeiro ao marcar 47,5 pontos, contra 45,8 pontos registrados em dezembro. Apesar do pequeno avanço no índice, a pontuação abaixo de 50 sinaliza contração do setor. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria, a atividade ficou 3,5 pontos acima do registrado em janeiro de 2019.
A CNI destaca que apesar da queda — já esperada — os indicadores de atividade, emprego e utilização da capacidade operacional da indústria da construção apontam para uma melhora do segmento.
O índice de número de empregados atingiu 47,3 pontos — 4,8 pontos acima do verificado há um ano. É o maior índice registrado em um mês de janeiro desde 2013, quando alcançou 49 pontos.
As informações são da Sondagem da Indústria da Construção, divulgada hoje. “A redução na atividade da indústria da construção em janeiro não surpreende. O mês é tradicionalmente desfavorável para o setor por conta do volume de chuvas, das festas de fim de ano e do intenso movimento das estradas”, ressaltou a pesquisa.
Conforme a Sondagem, a ociosidade do setor também diminuiu. O nível de utilização da capacidade operacional subiu para 60%, em janeiro, e, com isso, se tornou 5 pontos percentuais maior do que a do mesmo mês de 2019. Nas grandes empresas, o indicador alcançou 64% e está 9 pontos percentuais acima do registrado em janeiro do ano passado.
“A recuperação da indústria da construção é resultado da estabilidade da economia e, sobretudo, da redução dos juros”, afirmou em nota Marcelo Azevedo, economista da CNI. “A previsibilidade econômica e os juros baixos são importantes para o planejamento de longo prazo exigido pelo setor”, completou.
Confiança
A CNI destacou que diante deste cenário os empresários mantêm otimismo. O Índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção) caiu 1,1 ponto em fevereiro, em relação a janeiro, e ficou em 62,9 pontos em fevereiro. Mesmo assim, o índice continua 9,1 pontos acima da média histórica e supera em muito a linha divisória dos 50 pontos, que separa otimismo da falta de confiança.
Além disso, os indicadores de expectativas continuam acima da linha divisória dos 50 pontos, o que mostra que os empresários esperam o crescimento da atividade, de novos empreendimentos e serviços, da compra de matérias-primas e do número de empregados.
O indicador de intenção de investimento ficou estável em 44,4 pontos. Esse é o maior patamar identificado desde outubro de 2014. O índice é 8,4 pontos superior ao registrado em fevereiro de 2019 e supera em 10,2 pontos a média histórica. O indicador de intenção de investimentos varia de zero a cem pontos. Quanto maior o índice, maior a disposição dos empresários para investir.
Esta edição da Sondagem Indústria da Construção ouviu 478 empresas do setor entre 3 e 12 de fevereiro deste ano. Entre as indústrias entrevistadas, 168 são pequenas, 202 são médias e 108 são de grande porte. A pesquisa é feita em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).
(Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor)