Construção civil cresce, mas taxa de juros preocupa
O setor da construção civil vive um ciclo de crescimento iniciado no segundo semestre de 2021, com aumento de cerca de 7% em 2022. Entretanto, segundo a economista Ieda Vasconcelos, da Câmara Brasileira da Construção Civil (CBIC), esse resultado não recompõe a perda observada no período de 2014 a 2020, de 28%.
Segundo a economista, outro desafio do setor é o elevado patamar de juros. Isso inclui o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que se encontra acima do teto da meta pelo segundo ano consecutivo. Apesar desse cenário, a expectativa para 2023, segundo a especialista, é a continuação do crescimento do setor, como resultado do ciclo de negócios já em andamento. Além disso, também existem expectativas positivas, como o Programa Minha Casa, Minha Vida.
Panorama econômico
De acordo com Ieda Vasconcelos, a inflação em 2022 só não foi maior em função da desoneração dos preços dos combustíveis, que tiveram as alíquotas de impostos federais zeradas. Para ajudar a contê-la, a taxa Selic foi elevada, encerrando o ano passado em 13,7%, o que correspondeu a um aumento de 11,7%, já que em março de 2021 ela estava em 2%.
Já o PIB Brasil registrou o segundo ano consecutivo de alta, com crescimento de 5% em 2021 e de 3% em 2022 – maior nível de atividades no terceiro trimestre do ano passado, desde 1996.
A economista destacou que o centro da meta inflacionária para o ano 2023 é de 3,2%, podendo variar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Assim, o teto da inflação do país, neste ano, é de 4,7%.
Em relação à Selic, Ieda Vasconcelos disse que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, em sua primeira reunião em 2023, manteve a taxa Selic em 13,7%, e que não há sinalização de redução antes do segundo semestre deste ano.
A economista relembrou as várias consequências da Selic elevada sobre a dinâmica da economia, como o aumento dos juros cobrados pelos bancos, a redução dos investimentos produtivos e a queda do consumo da população.