A construção civil deverá, pelo segundo ano consecutivo, crescer acima da economia nacional. Enquanto a expectativa da Pesquisa Focus sinaliza alta de 2,65% para o PIB Brasil, a CBIC projeta expansão de 3,5% para o setor em 2022.
Dados da Sondagem da Indústria da Construção divulgados nesta terça-feira (20/09) mostra, que há três meses consecutivos a construção vem registrando expansão. A pesquisa é realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
O índice de evolução do seu nível de atividade alcançou 55 pontos em agosto, maior patamar alcançado desde agosto de 2010 (55,5). Além disso, é o terceiro melhor da série iniciada em 2010. Acima da linha divisória de 50 pontos, o resultado sinaliza expansão de atividade em relação ao mês anterior.
Apesar dos três segmentos de atividade (construção de edifícios, serviços especializados para a construção e obras de infraestrutura) terem registrado expansão, foi a construção de edifícios que puxou o desempenho geral do setor para cima.
Os bons resultados do setor são refletidos no indicador de emprego, que também apresentou expansão.
Nesse cenário, o Índice de Confiança do Empresário da Construção cresceu pelo sexto mês consecutivo e encerrou o mês de setembro em 62,7 pontos. O incremento do indicador foi influenciado especialmente pelo avanço da percepção de melhora das condições atuais da economia brasileira. Alguns fatores podem ajudar a compreender os resultados do setor, como a melhora das expectativas para o crescimento do PIB Brasil e a redução das estimativas para a redução da inflação são algumas delas.
As expectativas para os próximos seis meses mantiveram-se positivas tanto para compra de insumos, geração de emprego e novos empreendimentos e serviços. Mas esse cenário do setor, que certamente está auxiliando a economia nacional, pode ser revertido.
De acordo com a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, para os próximos meses ele poderá sofrer variação em função do expressivo corte de verbas para o Programa Casa Verde e Amarela no próximo ano. “Além de impedir a aquisição da casa própria pelas famílias de baixa renda, justamente onde se concentra a maior parcela do déficit habitacional, as atividades da Construção podem ser prejudicadas. Isso porque obras já contratadas podem ser paralisadas por falta de verba. E o setor, que está trabalhando com forte incremento de custos, agora trabalha com insegurança. Paralisação de obras significa muito mais do que prejuízo para construtoras. Menor ritmo da construção significa menor geração de emprego. Ou seja, o aspecto social do corte de verbas fica comprometido duas vezes: prejudica a aquisição da casa própria e, ainda, reduz a geração de emprego de um setor muito importante para a economia”, frisou.